Conceito e  histórico
  Robert Gilman em seu livro intitulado "O que é uma  Eco-Vila?" (1991) nos oferece a seguinte explicação: "Uma Eco-Vila é um  assentamento de escala humana completamente caracterizado onde as atividades  humanas estão integradas ao mundo natural de maneira não danosa e de tal forma  que dêem apoio ao desenvolvimento humano saudável e que se possa continuar  indefinidamente  ao futuro".
  As Ecovilas são consideradas modelos de comunidades  intencionais ou comunidades sustentáveis. A idéia de Ecovilas foi incorporada  pelas Nações Unidas no Programa de Desenvolvimento de Comunidades Sustentáveis  (SCDP).
  A Rede Global de Ecovilas - GEN - tem como objetivo  expandir e aperfeiçoar o número desses assentamentos em outros países e congrega  uma série de condomínios ecológicos no mundo todo. Foi criada em 1995, por  ocasião da Conferência sobre as Ecovilas e Comunidades Sustentáveis - Modelos  para o Século XXI, realizada na Fundação Findhorn na Escócia, entidade  implantada há mais de 30 anos que dá ênfase a sustentabilidade ecológica,  econômica, cultural e espiritual. 
  O movimento das Ecovilas já chegou a diversos  países da Europa, América do Norte, Austrália, África do Sul e, recentemente, na  América do Sul. Esse movimento encontra-se interligado com o Princípio da  Permacultura, que se caracteriza como uma "agricultura permanente", ou seja, que  se torna auto-sustentável com o tempo. Esse conceito foi desenvolvido nos anos  70 por dois australianos: David Holmgren e Bill Mollison e se iniciou na  produção de alimentos e atualmente diversifica-se em diferentes áreas como  paisagismo, arquitetura ecológica e design de produtos.
  Existe um tema inserido no conceito de  Permacultura, o permadesign, que utiliza como matéria-prima elementos naturais  reciclados das indústrias para fabricação de móveis e utilitários domésticos.  Utilizam-se também fontes alternativas de energia, vindas do sol, da água e do  vento.
  As comunidades permaculturais no Brasil  localizam-se na Chapada Diamantina, na Bahia, Minas Gerais (Fazenda Ananda  Kirtana, próximo a Juiz de Fora) e em São Paulo (Centro de Vivências Nazaré),  além de três comunidades alternativas: As Rodas, Lothlorien e Campina que, há  vários anos, aplicam os princípios permaculturais no esquema de vida rural na  região do vale do Capão. O fato é que, na ótica desse trabalho, os conjuntos de  medidas visam a redução dos impactos provocados por atividades e intervenções  humanas sobre o meio ambiente. 
  Mas a Permacultura no Brasil ainda é incipiente:  existem poucas instituições que defendem e buscam este principio. Algumas delas  são: Organizações Não Governamentais, como o Instituto de Permacultura da Bahia;  o Garra (Agroecologia de Irecê); e o Sabiá (Centro de Desenvolvimento  Agroecológico). Há ainda o IPEC (Instituto de Permacultura e Ecovilas do  Cerrado) e o IPEMA (Instituto de Permacultura da Mata Atlântica), este último  situado em Ubatuba, São Paulo. 
  Os exemplos das Ecovilas reproduzem conceitos que  se reúnem numa prática constante de mudanças de hábitos e crenças,  comportamentos individuais e coletivos; harmonizar o planeta, de forma  equilibrada e inovadora; ceder a estilos de vida mais saudáveis, com planos de  ação, visando a proteção do meio ambiente e a utilização racional dos recursos  naturais. 
  A mudança de consciência posiciona o homem frente à  natureza, no compromisso de cada um, como se todos fossem integradores de uma  grande ação, a sustentabilidade do planeta, em que o objetivo é a conservação da  vida global. Novos paradigmas poderão emergir da própria mudança de postura de  grupos de pessoas que são guiadas por princípios ecológicos. 
  O estilo de vida adotado nas ecovilas permite a  criação da justiça e cooperação globais. Por exemplo: no Sri Lanka (adotaram um  cessar-fogo depois de 40 anos de guerra graças em grande parte a Sarvodaya, uma  rede de 12.000 vilas) e no Senegal (onde o governo reconhece as ecovilas como  novo modelo de desenvolvimento), assim como em muitas outras partes do  hemisfério sul. Como modelo e alternativa à globalização, espera-se que as  ecovilas possam unir os países e ONGs criando um novo conceito comum de  desenvolvimento planetário. 
  Encontrar alternativas que fortaleçam os pequenos  assentamentos humanos no Brasil, transformando-os em ecovilas, significa reduzir  as pressões sobre as cidades. Snyder sugeriu que as ecovilas podem ser aplicadas  no entorno de parques e unidades de conservação para reduzir a pressão da  população humana sobre as áreas protegidas". 
  Já se somam em torno de 15 mil ecovilas no planeta,  mas o trajeto para chegar até uma delas pode ser bem tortuoso - geralmente por  uma longa estrada de terra. E não se trata apenas do acesso físico. Alcançar a  categoria de uma vila ecológica - uma ecovila - nos moldes em que o termo foi  lançado, em 1995 na conferência "Ecovilas e Comunidades Sustentáveis para o  século 21", é um processo, não uma decisão. "Um monte de gente morando junto não  faz uma ecovila, não é um condomínio onde se planta o que se come. As pessoas  ali devem desenvolver um vínculo ambiental, social ou espiritual", diz May East,  brasileira que mora a oito anos na aldeia ecológica da Fundação Findhorn, na  Escócia, sede da conferência que criou a Rede Global de Ecovilas (Global  Ecovillage Network).
  Fundada em 1962 como organização não-governamental  associada ao Departamento de Informação Pública das Nações Unidas, a Findhorn  tornou-se uma comunidade ecológica modelo: foi construída com materiais  ecológicos, produz 27% de sua energia elétrica, trata seu esgoto, cultiva 60% de  sua comida, é gerido por um processo de tomada de decisões considerado  profundamente democrático e oferece sistema de apoio à saúde holística. Começou  com 3 pessoas e hoje conta com 500 integrantes de 40 países.
  No projeto das ecovilas, o luxo passa longe: May  mora com o marido e as duas filhas num big barril de whisky reciclado. Mas o  prazer de viver nessas habitações não provém só da estética. "Me sinto feliz em  ter escolhido a simplicidade voluntária, de cultivar minha própria comida e  mostrar que não vivo numa utopia. Não sou hippie. Nascemos como um laboratório e  nos tornamos modelo de inspiração", diz ela.
  Para bater a idealização de quem pensa que numa  ecovila tudo se processa na base da "paz e amor", uma lembrança: May diz que o  maior desafio na formação dessa comunidade não é o domínio de uma nova técnica  ecológica, mas sim a administração das diferenças entre seus  moradores.
  Enfim, uma ecovila deve ser um assentamento  completo, de proporções humanamente manejáveis, que integre as atividades  humanas no ambiente natural sem degradação, e que sustente o desenvolvimento  humano saudável de forma contínua e permanente. A Terra é um patrimônio que a  humanidade tem interesse em preservar.
          
		 
 
     
     
          OS ELEMENTOS DE UMA ECOVILATudo começa com um pedaço de terra no qual se deixa lugar para a vida selvagem e para o lazer. Grupos de 10 a 30 casas juntas umas às outras com áreas comuns definidas pelos futuros moradores, agricultura biológica e comunitária garantido produtos locais frescos, criação de centros comunitários e criação de empregos locais. Gente livre que está tomando a responsabilidade de suas vidas, do ambiente que as rodeia e da criação de uma comunidade global nas próprias mãos, lançando as bases para uma nova cultura global.
É difícil julgar qualquer assentamento humano em relação às suas qualidades de sustentação. Algumas comunidades podem apresentar um nível de auto-suficiência elevado quanto à produção de alimentos ou energia, mas as suas estruturas de relacionamento social são fracas e levam ao conflito crônico entre os residentes. Outras podem regozijar-se em uma atmosfera fraterna de cooperação, sem produzir sequer o seu alimento mais básico.
Quais, dentre estes, seriam os assentamentos mais sustentáveis? Quais seriam aqueles a permanecer vivos por muitas gerações?
Para ajudar a compreender melhor esta questão, foram estabelecidos quatro elementos fundamentais de uma ecovila.
OS QUATRO CAMPOS DE UMA ECOVILA
1) Infra-estrutura:
- Sistemas de captação, armazenamento, distribuição e reciclagem da água
Ecovilas devem preocupar-se com o abastecimento adequado de água potável e para irrigação, armazenando a pluviosidade e melhorando a qualidade das nascentes e córregos existentes. Também o tratamento biológico da água utilizada deve ser uma prioridade. A qualidade da água descartada por qualquer comunidade deve ser igual ou superior àquela utilizada. O planejamento adequado para a utilização das águas superficiais, particularmente do escorrimento superficial que ocorre em áreas pavimentadas, telhados e solos descobertos, é mais um fator a ser considerado.
- Sistemas de geração de energia renovável
A prioridade deve ser a conservação e a economia de energia. Busca-se a utilização de aparelhos e instrumentos mais econômicos, e a mudança de atitude cultural em relação ao desperdício de energia elétrica. Toda ecovila deve investigar as origens locais da energia elétrica reticulada, para estabelecer sua procedência e seu impacto ambiental. Esta investigação pode levar a uma conclusão quanto às quantidades de energia que serão necessárias gerar localmente para a sustentação da comunidade.
Existem muitas tecnologias para a geração sustentável de energia renovável: solar, micro-hidráulica, eólica, biogás etc. É de responsabilidade de todo assentamento investigar as alternativas mais viáveis, calcular o investimento necessário e o tempo para amortização, tendo em conta as características específicas do local.
- Redução das necessidades de transporte
Ecovilas definem um estilo de vida que, por sua natureza, demanda pouco dos recursos de transporte, particularmente do transporte de alimentos e materiais. O transporte de pessoas também é reduzido com a criação de postos de trabalho locais (em algumas ecovilas). Com o natural embelezamento do ambiente, se tornam também desnecessárias as "escapadas" para o mundo natural, comum em populações urbana estressadas.
Para aquelas necessidades de transporte inevitáveis, existem alternativas comunitárias cooperativas, e mesmo tecnologias eficazes que barateiam o custo e reduzem (ou eliminam) a poluição e a degradação do ambiente. Certamente que uma ênfase na coletivização do transporte é necessária para o desenvolvimento de estratégias sustentáveis a nível regional.
Ainda ficam por ser resolvidas as questões de transporte a longas distâncias.
- Acesso à comunicação
Com sistemas de comunicação eficientes, as necessidades de transporte são muito reduzidas. Basta compararmos os efeitos que tais tecnologias, como o telefone, fax e modem, tem causado na comunicação entre as pessoas.
Sem que se elimine as interações pessoais, a ecovila necessita considerar, tanto as suas formas de comunicação interna (quadros de aviso, boletins, intranets etc.), quanto às conexões com o mundo exterior.
Cada ecovila do planeta necessitará um centro de informações, onde as comunicações diárias entre a comunidade, e desta com o mundo, possam ocorrer. Assim, se espera evitar o isolamento que hoje é imposto nas populações rurais, e em uma escala maior, o isolamento imposto nos países menos industrializados.
2) Produção e consumo de alimentos e necessidades básicas:
 Telhado de grama
Telhado de gramaO sistema econômico e social, que exige o transporte do alimento produzido localmente para cidades distantes, é um processo que alimenta a especulação e empobrece a região. Ao mesmo tempo a deposição dos resíduos e poluentes deste processo é, em grande parte, levada para fora da cidade, depositando nas zonas previamente férteis dos vales rurais.
A produção orgânica e permanente de alimentos deve ser uma atividade de todo e qualquer assentamento. Um mínimo de 60% a 80% de auto-suficiência alimentar deve ser esperado das comunidades, inclusive nas zonas urbanas. Isto não significa que todas as pessoas devem engajar-se na agricultura. Pelo contrário, uma família dedicada a esta tarefa, e com suficiente espaço disponível, pode alimentar outras oito famílias, que podem se dedicar a outras necessidades básicas.
Todas as regiões do planeta devem priorizar a produção de alimento saudável, orgânico e diversificado em abundância para seus habitantes, além de delimitar áreas específicas para o desenvolvimento natural dos ecossistemas locais. A comercialização inter-regional de alimentos específicos, fibras e outras especialidades só deveria existir uma vez que a condição básica de alimentação tenha sido alcançada.
A Permacultura é um sistema que orienta para este fim. O objetivo é a eficiência energética máxima em todas as interações de um sistema vivo. Desde a localização das habitações até a criação de florestas de alimentos e ecossistemas aquáticos, a Permacultura permite a concentração da produção das necessidades humanas básicas em pequenos espaços.
O sistema econômico e social, que exige o transporte do alimento produzido localmente para cidades distantes, é um processo que alimenta a especulação e empobrece a região. Ao mesmo tempo a deposição dos resíduos e poluentes deste processo é, em grande parte, levada para fora da cidade, depositando nas zonas previamente férteis dos vales rurais.
A produção orgânica e permanente de alimentos deve ser uma atividade de todo e qualquer assentamento. Um mínimo de 60% a 80% de auto-suficiência alimentar deve ser esperado das comunidades, inclusive nas zonas urbanas. Isto não significa que todas as pessoas devem engajar-se na agricultura. Pelo contrário, uma família dedicada a esta tarefa, e com suficiente espaço disponível, pode alimentar outras oito famílias, que podem se dedicar a outras necessidades básicas.
Todas as regiões do planeta devem priorizar a produção de alimento saudável, orgânico e diversificado em abundância para seus habitantes, além de delimitar áreas específicas para o desenvolvimento natural dos ecossistemas locais. A comercialização inter-regional de alimentos específicos, fibras e outras especialidades só deveria existir uma vez que a condição básica de alimentação tenha sido alcançada.
A Permacultura é um sistema que orienta para este fim. O objetivo é a eficiência energética máxima em todas as interações de um sistema vivo. Desde a localização das habitações até a criação de florestas de alimentos e ecossistemas aquáticos, a Permacultura permite a concentração da produção das necessidades humanas básicas em pequenos espaços.
3) Arquitetura e construção ecológicas:
Quando assentamentos sustentáveis são o objetivo, o projeto e a construção das edificações deve respeitar o bom senso em relação à utilização prioritária de materiais locais, não tóxicos, além das técnicas apropriadas para a participação comunitária na construção de suas habitações. A indústria da construção civil é responsável pelo maior consumo dos recursos naturais no planeta. Florestas , metais, e outros recursos são utilizados com enorme desperdício, em prejuízo das futuras gerações.
Enquanto isto, três quartos das habitações do planeta são eretas com o material mais básico: a terra, e permanecem por séculos. Argila, palha, pedras e até mesmo a madeira, plantada para este fim, podem substituir a grande maioria dos materiais hoje utilizados na construção civil.
É muito importante que haja uma revisão dos valores pessoais, particularmente aqueles relativos aos conceitos estéticos. Ecovilas são bonitas, as casas são confortáveis e eficientes. E seus habitantes se beneficiam da saúde proveniente de uma habitação não tóxica.
- Consideração ao ciclo de vida dos materiais
Antes da aquisição de um objeto, deve-se realizar uma reflexão quanto ao ciclo de vida dos materiais que serão utilizados neste objeto. Será que existe mesmo a necessidade da compra? Pode este objeto ser consertado em caso de falha? Por quanto tempo será útil? Poderá ser reciclado? Poderia ser substituído por outro feito de materiais naturais locais? A análise do ciclo de vida dos materiais já faz parte das organizações empresariais mais avançadas. Está intimamente relacionada aos conceitos de qualidade. Este aspecto nos leva a considerar os impactos ecológicos, regionais e sociais da tecnologia que optamos por utilizar.
A Permacultura sugere uma priorização na utilização dos recursos:
Prioritários:
aqueles que aumentam com o uso (ex. informação...);
aqueles não afetados pelo uso (ex. água em micro-hidroelétricas...);
recursos que se degradam quando não utilizados (ex. frutas, hortaliças...).
Banidos:
aqueles que destroem (ex. agrotóxicos, energia nuclear...).
- Restauração dos ecossistemas naturais
A redução das quantidades de solo fértil no planeta é o problema mais urgente que enfrentamos. As florestas, mangues e sistemas aquáticos da Terra também têm sofrido uma degradação sem precedente, em sua maioria devida ás atividades humanas. Todas as ecovilas devem engajar-se em programas de plantio de florestas, eliminação de erosão e recuperação das áreas degradadas nas suas regiões. Esta ação, em si só, teria condições de absorver todo o desemprego existente nas regiões habitadas do mundo.
4) Estruturas Sociais e Econômicas
- Decisão e governo a nível local
Um fluxo circular de informação permite que todos participem, de alguma forma, no processo decisório, particularmente naquelas decisões que tenham impacto direto nas suas vidas. Círculos sempre foram parte integrante do processo decisório de tribos e comunidades ancestrais.
Esta questão leva à discussão sobre o número ideal para que uma comunidade possa decidir seus rumos. Um assentamento não pode ser muito numeroso, para que todos tenham voz e acesso às suas lideranças, nem tão minúsculo, arriscando assim a sustentabilidade econômica ou genética. Um número muito acima de 500 pessoas sugere a necessidade de subdivisões territoriais e sociais, aproveitando talvez, os marcos geográficos que ocorrem naturalmente.
Este campo de estudo nos apresenta alguns dados interessantes. De acordo com Mollison, os assentamentos humanos variam na sua capacidade de prover os recursos necessários para a sua população de forma sustentável em função da população. Também variam os níveis de conflito e o comportamento social dos grupos.
Um número de cem pessoas adultas seria necessário para estabelecer uma instituição financeira local sustentável. Sabemos que 500 pessoas é o limite aproximado para que todos possam se conhecer.
Um bom início poderia estar em torno de 30 adultos, com suas crianças, atingindo gradativamente uma população de 200 ou 300. Uma ecovila não pode negligenciar a necessidade de estabelecer um relacionamento pessoal entre seus habitantes, mesmo que se limite a uma convivência cordial. Este fator é comprovadamente vital para a sobrevivência, particularmente em situações de calamidade ou desastre.
Quadro comparativo entre as populações de assentamentos (adaptado de Bill Mollison and Christopher Alexander):
    | Número de  pessoas | Comentário | 
  | 30 a  40 | Mínimo número de pessoas  para cobrir a maioria das funções humanas. | 
  | 200 a  300 | Mínimo para a  variabilidade genética humana. | 
  | 600 a  1.000 | Máximo para o  relacionamento pessoal e a representatividade de todos. | 
  | 1.000 a  5.000 | Máximo para uma  federação de ecovilas. | 
  | 7.000 a  40.000 | Funcional somente se  organizado em vilas ou cooperativas confederadas. | 
  | 50000 | Máximo para uma cidade  organizada. | 
Por exemplo, na região basca da Espanha, as "Cooperativas Mondragon" são um grupo de comunidades intencionais muito bem sucedido. A produção de alimentos e a manufatura de utensílios (inclusive refrigeradores e outros produtos elétricos) são distribuídas e organizadas em várias ecovilas. Aqui, a lição aprendida é de que grupos maiores que quinhentas pessoas tendem a tornar-se burocráticos e perder eficiência. Bill Mollison, o grande visionário Australiano, em seu clássico "Permaculture: A Designer´s Manual", confirma este dado, e adiciona que uma população maior que 2000 pessoas começa a sofrer problemas de criminalidade. A experiência Dinamarquesa acrescenta a isto o conceito de subgrupos, nos projetos conhecidos como "cohousing", que se proliferaram por aquele país e por grande parte do hemisfério norte. Aqui, os residentes concluíram que o número máximo de casas em um subgrupo deve ser em torno de trinta, o que reflete um número de aproximadamente 75 pessoas.
- Sistemas econômicos locais
Sistemas de trocas de trabalho e de produção, cooperativas de crédito regionais e outras formas de integração das atividades econômicas regionais, com as suas necessidades e possibilidades reais surgirão com a organização comunitária. É importante que exista um trabalho consciente no sentido de desenvolver as alternativas econômicas, primeiro a nível comunitário, e em seguida a nível bio-regional.
- Sistemas de saúde preventiva
A maior parte dos custos, que hoje são provenientes de um sistema de saúde que trata a doença, sem eliminar a causa, poderiam ser economizados. Um estilo de vida saudável, em ambiente apropriado, com uma dieta compatível, é a melhor prevenção às doenças.
Sem abdicar dos benefícios da medicina moderna, pode-se criar formas para atender a estas necessidades a nível regional. Particularmente para os idosos, as gestantes e as crianças, é necessário um atendimento e um apoio humanitário que venha de dentro de suas comunidades.
- Educação para a realidade
Todo assentamento tem um compromisso com a formação da consciência e a capacitação para o trabalho de seus habitantes. O crescimento pessoal e a satisfação são atingidos a partir de um sistema que reconheça as particularidades e as vocações individuais, sem negligenciar as necessidades de sobrevivência do grupo. A ecovila tem também a responsabilidade de educar e conscientizar seus vizinhos, dentro e além da região.
- Estruturas Culturais
Ecovilas são assentamentos seguros, que garantem a expressão pessoal, artística ou espiritual de seus habitantes, sem no entanto comprometer o espaço privado de cada um.
É de fundamental importância que existam oportunidades para as manifestações da criatividade humana, suas artes e seus rituais. A diversidade cultural de uma comunidade é a oportunidade para o desenvolvimento de uma verdadeira visão global do mundo. Uma nova consciência global pode emergir desta diversidade reconhecida, protegida e celebrada nos festivais, feiras e ritos.